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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Nótulas Futebolísticas - Jornada 9



Por: David Guimarães

1.      Dois adeptos do Sporting Clube de Portugal foram esfaqueados, à saída do estádio D. Afonso Henriques, no final do jogo entre o Vitória de Guimarães e o Sporting Clube de Portugal. Os dois cidadãos leoninos andavam tranquilamente, quando simpatizantes vitorianos os surpreenderam por trás, apunhalando-os. Os dois indivíduos foram internados, estando um deles em estado grave. Estes actos são dantescos e hediondos, levados a cabo por autênticos energúmenos. Este repentismo agressivo extravasa o futebol. Não vou entrar pelo diapasão que o desporto rei devia ser um “jogo de famílias”, um espectáculo aprazível e inume a qualquer tipo de antagonismos conflituais. O futebol é uma modalidade que, de facto, em determinados enquadramentos, se pode aproximar desta visão idílica, onde a tensão está ausente. É inegável também, que este jogo, enquadra no seu seio discordâncias imemoriais de vária ordem, políticas, económicas, sociais, religiosas, separatistas, em suma, devemos considerar este desporto como um fenómeno que aglutina a pluralidade de representações da vivência humana. Não excluindo o lado de confrontação desta modalidade, temos de perceber que o limite é a violência física. As trocas de insultos, as picardias, as tentativas de humilhação verbal entre adeptos, são por mim compreendidas e aceites como normais e circunscritas aos trâmites da modalidade. Seria irreal escamotear que muitas pessoas apaixonadas por futebol sentem ódio ou ódios exacerbados por jogadores, instituições e dirigentes rivais. Essa repulsa por alguns antagonistas e a resolução dos contenciosos é delegada para os jogadores e treinadores, a verdadeira “batalha” é limitada pelas “quatro linhas”. No fundo, trata-se de monopolizar a violência para dentro do jogo. Essa é, aliás, uma marcada indelével dos estados civilizados, onde o monopólio da violência é delegado e gerido pelo estado soberano. Esses são os limites do futebol, que nunca deveria resvalar para a violência física. Nesses casos, já entramos no campo do subterfugio, onde a modalidade se transforma numa mentirosa justificação para pulsões que moralmente não têm lugar na comunidade civilizada.


2.      Sem me pronunciar sobre o juízo do árbitro no lance que daria o empate ao Rio Ave no estádio da Luz, afirmo que a linha que marca a paralela para avaliar a veracidade da decisão do árbitro, está indubitavelmente distorcida. Se visualizarem as imagens televisivas, irão constatar que aquele traçado não é paralelo. Pelo sombreado na zona da meia-lua e na linha de grande área, é indiscutível o crescendo de ocupação horizontal. A ser um erro propositado, tudo indicia nesse sentido, é importante condenar e catalogar a televisão oficial do clube da Luz como adulteradora da veracidade dos acontecimentos. A manipulação é absolutamente ultrajante, este canal serviu-se da suposta “infalibilidade teológica” daquele “traçado divino” para tentar incutir uma perspectiva mentirosa. Neste enquadramento, a Benfica TV presta um péssimo serviço quando transmite jogos.  Se alguma culpabilidade assiste aos responsáveis da estação, a não utilização da linha nos próximos jogos seria o único passo ruma a uma ténue redenção. Como é que o “maior clube do mundo” teme a possível constatação de um fora de jogo mal tirado a favor do Rio Ave, que tipo de patologia narcísica terão estas personagens sedentas do exorcismo do pecado? Este mesmo canal empreende, há vários anos, uma cruzada impoluta pela “verdade desportiva”. Devo dizer que odeio este termo, a verdade não precisa de “acompanhante”. Que sustentação moral terá este canal para uma continua retórica messiânica? Nenhuma! Este contexto absurdo e indecoroso está a fazer ressurgir de novo um fenómeno repulsivo neste país, o da negação da realidade. Eu estou a ver uma linha não paralela que me que dizem ser paralela, reiteram incessantemente que é paralela e que se eu não vejo a perfeição do traçado paralelo, é porque não vejo bem. Quem quiser ter este tipo de coacção perante os outros adulterando a realidade, devia ir para a Coreia do Norte ou para a ditadura monolítica iraniana. Neste caso, para um refúgio de “monolíticas paralelas”.