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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Fair play financeiro?

No início de agosto, a propósito do surpreendente anúncio de Frank Lampard ir jogar no Manchester City por empréstimo do New York City FC, Arsène Wenger decidiu falar do que entende ser uma manobra para contornar o fair play financeiro da UEFA (FPF).

Para o treinador do Arsenal, este empréstimo, feito por um clube que pertence ao universo do Manchester City, vem provar que existe uma nova realidade a que a UEFA terá de ajustar as suas regras.
Mais recentemente e num outro contexto - o da perda de Ángel di María para o Manchester United -, Nasser Al-Khelaifi, presidente do Paris Saint-Germain (PSG), afirmou que o FPF é injusto e afasta do futebol potenciais investidores.

O PSG, a par do Manchester City, foi multado em 60 milhões de euros em maio, ao abrigo do regulamento da UEFA, mas, ao contrário do clube inglês, não se soube "mexer", recorrendo às engenharias financeiras da moda, como aquela que acabou por deixar marca neste último mercado de transferências.

Álvaro Negredo, Radamel Falcão e Fernando Torres. Todos eles dão forma à nova tendência, a dos empréstimos entre grandes clubes, os quais "adiam" transferências a título definitivo, fazendo com que as verbas destas não sejam contabilizadas nas contas da temporada, à semelhança do que sucede com os salários pagos.

Vamos por partes. O Valencia conseguiu Negredo junto do Manchester City graças a uma opção de compra obrigatória que será exercida no final da temporada, no valor de 25 milhões de libras (31,28 milhões de euros).

Falcão, por seu turno, entrou no United com o estatuto de emprestado pelo Mónaco, embora tenha salário revisto pelos red devils e circulem informações de que existe um contrato de quatro temporadas, graças a 50 milhões de libras (62,56 milhões de euros) que mudaram, ou vão mudar de mãos, de Old Trafford para o principado monegasco.

Por fim, o Chelsea conseguiu finalmente arquitetar uma forma airosa de se libertar de Torres, ao emprestar o "flop" espanhol ao Milan por duas temporadas. 

No que toca a efeitos práticos, este dado concreto coloca o negócio ao nível dos realizados com Negredo e Falcão, pois Torres não voltará a Stamford Bridge - o seu contrato com os blues esgota-se precisamente dentro de duas temporadas -, com o negócio a apresentar a vantagem de permitir ao Chelsea dividir em dois anos o impacto do investimento na compra do avançado ao Liverpool.

Num outro patamar estão Javier "Chicharito" Hernández e Marco van Ginkel. Ambos foram emprestados por Manchester United e Chelsea, respetivamente, mas tem regresso agendado à base no final da temporada, após as comissões de serviço no Real Madrid e no Milan.

Todavia, o caso de Van Ginkel ajuda a colocar em evidência o Chelsea, aqui já referido devido ao caso de Torres. O médio holandês e o avançado espanhol integram o impressionante contigente de 26 futebolistas que os blues emprestaram em 2014/15 (até agora).

É verdade que entre estes 26, Torres e Van Ginkel são as figuras de proa, mas em conjunto constituem um impacto significativo no alívio das contas dos blues face à imposições do FPF.

Por outro lado, o Chelsea pode ainda beneficiar de uma ou outra situação semelhante à protagonizada por Thibaut Courtois, guarda-redes que assumiu a titularidade esta temporada depois de ter "crescido" nas três temporadas de empréstimo no Atlético Madrid.




Fonte: record